O futebol é um jogo de erros. Todos erram em todos os lugares.
O juiz, que não marcou o pênalti.
O zagueiro, que atrasou a bola equivocadamente.
O atacante, que perdeu um gol feito.
O torcedor, que vaiou o jogador que, depois, faria o gol decisivo.
O cronista, que fez uma análise errada do atleta no começo da temporada.
O dirigente, que contratou sem critérios.
A entrada em campo da bola inteligente, que avisará o árbitro se foi gol ou não, é o começo do fim.
Logo chegará uma câmera especial que assinalará
todos os pênaltis, depois virá uma bandeirinha eletrônica que jamais
errará um só impedimento, então um sinal marcará todas as faltas nas
intermediária, sem deixar passar uma. Passou o boi, entrará a boiada.
O futebol se transformará num jogo certinho, 100%
infalível, com jogos pré-definidos, sem espaço para o acaso, a sorte e o
azar, a competência e a incompetência. Se transformará num jogo
caretinha, sem discussões, sem motivo para um chope no bar.
A tecnologia, muito bem aproveitada pelos jogadores
com suas roupas e chuteiras, vai liquidar com o futebol. Nascerá outro
jogo, bem pior. Muito mais chato. Sem espaço para as discussões. Sem o
erro, não tem graça.
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