Os muitos desfalques na derrota para o Atlético-MG por 3 a 1 nesta
quarta-feira, em Belo Horizonte, a apagada atuação de Dagoberto e a
expulsão do capitão D'Alessandro ainda no primeiro tempo — suspenso
outra vez, logo após cumprir pena por três cartões amarelos — talvez não
sejam atenuantes suficientes para assegurar a manutenção de Dorival
Júnior no comando da equipe.
O treinador, que havia conseguido uma trégua com os quatro pontos
obtidos fora de casa, contra Sport e Bahia, parece ter perdido crédito
novamente. O fraco desempenho em sequência contra Cruzeiro, Santos e
Atlético-MG acarretou uma nova onda de pressão sobre Dorival. Dunga
volta a ser o nome mais comentado para mexer com o vestiário.
Sempre ponderado, o vice de futebol Luciano Davi parecia selecionar as palavras para responder sobre a derrota em Minas.
— Estamos nos distanciando do líder (Atlético-MG). O Inter não pode
ficar distante do líder, e isso preocupa. Temos que tomar medidas
drásticas para sacudir o vestiário. Cobrar é da natureza do vice de
futebol. O Inter e a sua direção têm total convicção das atitudes que
serão tomadas — disse o dirigente.
Questionado sobre as críticas da torcida ao treinador — que foi vaiado no 0 a 0 com o Santos, no Beira-Rio —, Davi respondeu:
— Torcedor é emotivo, é passional. Quem tem de decidir o que vai acontecer no vestiário é a direção.
Dorival Júnior estava desconfortável na entrevista após a segunda
derrota no Campeonato Brasileiro. Sabe que está sob suspeita da torcida,
também de conselheiros influentes, e não consegue fazer com que a
equipe render bem na competição. Em sua defesa, o treinador lembrou que o
grupo está com muitos desfalques.
— Onde estão as contratações? Estão atuando? Estão em condições de
jogar? Só um lembrete: Dátolo, Kleber, Moledo, que estava fora, chegou
Forlán, eles têm condições de jogar? Não. Juan, tem condições de jogar?
Não. Estávamos sem o Nei. Ninguém é mágico — reagiu o técnico.
Dorival talvez tenha razão, não há magia no futebol. Há resultados e o
Inter, que sonha ser campeão nacional após 33 anos, caiu para a oitava
colocação na tabela. E a torcida cobra modificações.
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