A estreia como chefe da casamata colorada não poderia ter sido melhor.
Neste domingo, no Beira-Rio, o Inter venceu com facilidade o Atlético-GO
por 4 a 1 e, com 19 pontos, subiu uma posição na tabela: de oitavo, para sétimo lugar. Mas experiente e multicampeão como jogador, Fernandão fez
questão de demonstrar, depois da partida, que não se iludiu com o
resultado.
A ideia, segundo ele, é apresentar um Inter conforme a
torcida gosta: com marcação agressiva e um estilo de jogo que envolva o
adversário por meio de trocas precisas de passes, fazendo com que a
equipe chegue com consistência ao ataque, principalmente dentro do
Beira-Rio. Desta forma, planeja trabalhar uma estratégia para cada
partida.
— Vou pensar jogo a jogo. Todos os jogadores que estão
aqui têm condições de ser titulares. Apenas 11 entram em campo. O estilo
é o principal. É o que todo mundo gosta de ver no Inter: marcação mais
agressiva, sem deixar o adversário pensar principalmente no Beira-Rio.
Com isso, vamos fazer com que o adversário rife a bola. E tocar a bola.
Assim, vamos pensar jogo a jogo — declarou.
Questionado
sobre a figura ausente do centroavante — Damião está na Seleção
Brasileira, na Olimpíada de Londres —, Fernandão foi enfático: disse que
a formação com três volantes (Ygor, Elton e Guiñazu) ocorreu justamente
devido à falta do homem de referência. Desta forma, a pretensão era dar
liberdade para Dagoberto e Jajá penetrarem na defesa adversária.
—
Não temos o homem fixo como o Damião. Temos que trabalhar. Foi
uma mudança, um sistema. Foi o que tentei com os três volantes, em casa,
para dar liberdade ao Dagoberto e ao Jajá para procurarem a penetração,
na passagem rápida da defensiva para a ofensiva. E o Fred recompõe
muito bem. Se não tem as peças, busco alternativas — disse.
Confira os principais momentos da entrevista do técnico do Inter Fernandão:
Primeiro tempo
"Foi
um primeiro tempo mecânico, previsível. Não mudei o sistema (para o
segundo tempo), só as peças. O Elton foi para a lateral, o Fred fez o
que ele fazia. Abri o Otávio do lado esquerdo. Jajá foi para a função do
Fred. Os dois cresceram".
Prazer de jogar"Os
jogadores têm que ter prazer de jogar assim ou de outra forma. Prazer
de atuar ao lado de tal jogador. Talvez assim corram menos e produzam
mais".
Três volantes
"O Elton ficava
sobrecarregado, ele e o Guiñazu. O Ygor deu consistência ao setor, todos
cresceram, até a dupla de zaga cresceu. Assim, a gente dá liberdade aoa
laterais, aos dois atacantes e ao meia ofensivo".
A mudança
"Eu
só ficava em reuniões. Recebia 40, 60 telefonemas por dia. Esta não era
a minha intenção (quando veio para o Inter). Tive só 10 dias com a
família no final do ano passado. Se tive esse período com a minha
família, no ano, foi muito. Comentei com a minha esposa que isso duraria
só até dezembro".
A notícia à família
"No
aeroporto, liguei pra ela (esposa) dizendo que havia recebido o convite
(para ser treinador). Ela levou um susto, mas deu força. Um amigo me
disse que Deus estava escolhendo aquela função. O Luciano (Davi, vice de
futebol) tinha comentado que havia ficado numa situação difícil. Eu não
aceitei na hora. Ele me deu até sexta-feira para decidir. Se eu não
aceitasse mais ser treinador, eu sairia do clube".
Outros convites
"Tive
um convite para ser treinador no ano passado, pelo Goiás. Eu tinha
acabado de encerrar a carreira. Achava que não era o momento. Para mim,
agora, é especial. Entrar dentro do gramado, com a torcida ao fundo, é
lógico que há o frio na barriga. Sei que em determinados momentos não
serão apenas flores, mas forte mentalmente e bem preparado, tenho que
ter tranquilidade".
Cobrança em campo
"Eu
gritei mais do que quando estava em campo, mas falei as mesmas coisas.
Falei muito com o Fabrício, para o Guina, para o Bolívar, para ajudar do
outro lado. Quando estava em campo eu também falava. Agora, estou com a
voz rouca. Tomei muita água".
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