O confronto do próximo domingo contra o Atlético-GO, às 16h, no
Beira-Rio marca o início de uma nova era no Inter. Depois de comandar o
time dentro de campo para as conquistas do Mundial e a Libertadores em
2006, Fernandão vai fazer sua estreia no comando técnico da equipe.
Depois da saída de Dorival Júnior, o ex-diretor executivo de futebol
do Inter será o responsável por comandar a equipe no restante das 28
rodadas do Brasileirão. Aos 34 anos, Fernandão terá a primeira
experiência como treinador contra o Atlético-GO.
Mesmo sem nenhuma experiência trabalhando como técnico, Fernandão
sabe que o restrito mercado de treinadores no país acabou favorecendo a
aposta da direção colorada em seu nome. Por ter atuado na montagem do
grupo, o novo comandante da equipe acredita que sua adaptação à sua nova
função será mais rápida.
— Pela questão de você trazer um treinador novo, com uma maneira de
pensar que você quer, acaba demorando um pouco. Foi um pouco por isso o
convite. Pela falta de opções de mercado. Não considero isso nenhum
demérito. Se houvesse algum nome grande, eles teriam ido nessa direção.
Eles apostaram em mim. Estou lisonjeado de ter sido o escolhido para
iniciar minha carreira aqui — comemora.
Surpreso com o convite do vice de futebol, Luciano Davi, Fernandão
admitiu que não esperava a oportunidade tão cedo. Mesmo com a intenção
de anunciar rapidamente um novo nome, o dirigente precisou esperar uma
reunião com o ex-jogador.
- Conversei bastante e pedi para tomar a decisão hoje de manhã. Estou colocando a cara para bater – afirmou.
Mesmo com pouco tempo de trabalho até o próximo jogo, e com a
vantagem de já ter um conhecimento dos jogadores do clube, Fernandão já
definiu como quer ver o Inter atuando.
— É uma grande oportunidade que surge. Não nasci colorado, me tornei
colorado. Eu conheço os jogadores e o potencial de grupo. Agora é
encarar o desafio. Eu tenho a vantagem de conhecer o futebol do Rio
Grande do Sul. Sei como a torcida gosta de assistir o jogo. Sei que
gostam que o time se imponha dentro de campo, e que não fique assistindo
o adversário jogar. Quero implantar o que acredito sobre futebol, e
fazer o time jogar de um jeito mais ofensivo — garantiu.
Ainda sem um auxiliar técnico contratado, Fernandão revelou que o
nome de Josué Teixeira foi indicado aos dirigentes. Os dois trabalharam
juntos no Goiás, e a direção ainda está tentando fechar o acordo.
Enquanto a negociação não está concretizada, o auxiliar de Fernandão
será André Doring, que já trabalhava nas categorias de base do clube.
— Tenho que conversar com algumas pessoas. O nome que eu indiquei
está no Catar. É o Josué Teixera. O André e uma cara que admiro muito,
já é um funcionário do clube. Ter um cara com o conhecimento do André
Doring é muito importante. Espero que ele fique muito tempo no clube —
afirmou.
Leia mais declarações da primeira entrevista coletiva de Fernandão como técnico do Inter
Treinadores que influenciaram
Sou um admirador do Muricy e do Abel, mas aprendi muito da tática do
futebol com Alain Perrin (técnico de Fernandão em sua passagem na
França) . Vou trabalhar a equipe jogo a jogo. Tenho que trabalhar de uma
maneira que vá ser eficiente para enfrentar o Atlético-GO. Com as
opções que tenho, vou tentar fazer uma equipe competitiva para sair de
campo uma vitória.
Idade
A idade não importa, mas sim a competência. O André Villas-Boas
(técnico do Tottenham) ganhou vários títulos aos 34 anos. A questão de
idade não importa, mas sim a capacidade. Eu li bastante e procurei
vários amigos. O próprio Dorival deixou de ser dirigente e se tornou
treinador no Figueirense.
Bolívar e Moledo
Já conversei com eles. O
Bolívar fez grandes jogos na sequência. O Moledo tem uma grande
velocidade e imposição física. É um dos grandes zagueiros que vi atuar
nesses últimos anos. Ele está 100 % nos meus planos.
Ex-companheiros
Eu fui companheiro do Índio , Bolívar e Renan. Como dirigente, nunca
tive nenhum problemas com eles. Sempre coloquei regras e deveres, e isso
sempre foi muito bem cumprido. Vou sempre pensar no melhor do Inter.
Nova carreira
Eu imaginava fazer isso lá na frente. Estive durante 20 anos dentro
dos gramados. Vou tentar ser coerente na maioria das decisões. A vontade
veio quando ele fez o convite, e com a convicção dele dizer que não
aceitava não. Eu tinha o sonho e vários cadernos de treinamento. Eu
sempre perguntei o porque de fazer cada atividade. Vou tentar passar
esse desejo aos jogadores.
D'Alessandro
O D'Alessandro é um competidor. Ele é um cara que se doa, e as vezes ele se passa.
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