Todos os holofotes do Engenhão estarão voltados para Seedorf neste
domingo. O meia holandês, que estreia vestindo a camisa do Botafogo,
também enfrentará o Grêmio pela primeira vez na história. Um confronto
que poderia ter acontecido há quase 17 anos, no Mundial de Clubes.
Seedorf
ajudou o time do Ajax, sensação europeia naquele ano de 1995, a superar
o Milan na decisão da Liga dos Campeões e a conquistar o direito de
decidir o Mundial contra o Grêmio. No entanto, o meia deixou o clube
holandês antes do encontro com os gaúchos e se transferiu para a
italiana Sampdoria. De lá, passou por Real Madrid e Inter de Milão antes
de chegar no Milan, onde atuou por 10 anos.
Foi no San Siro,
aliás, que Seedorf conheceu Emerson. O ex-jogador e atual auxiliar
técnico de Vanderlei Luxemburgo na comissão técnica do Grêmio
reencontrará neste domingo o holandês de 36 anos, seu colega no Milan de
2007 a 2009.
— Ele é um líder. Tem uma personalidade muito
forte. Se impõe muito. Em todas as decisões extracampo, também. Opina,
gosta das coisas corretas, certas — relembra Emerson sobre o adversário
deste domingo.
Os dois atuaram no meio-campo do Milan do técnico
Carlo Ancelotti. Com três meias que defendiam e atacavam, a formação no
setor por vezes contava com Pirlo como primeiro volante, Emerson pelo
lado direito e Seedorf na esquerda. Conhecedor da habilidade do
holandês, o auxiliar de Luxemburgo destaca o controle de bola e a
precisão do chute como principais qualidades do agora adversário.
—
Ele podia esperar um pouquinho mais para estrear, né? — brinca. — Ele é
espetacular tecnicamente. Tem muita força física. É muito difícil tirar
a bola do pé dele, já que ele faz muito bem a proteção. Também chuta
muito bem de fora da área, sempre teve um chute muito forte. É muito
inteligente. Está muito próximo do estilo do futebol brasileiro.
No
Milan, Emerson e Seedorf atuaram lado a lado. Mas na Seleção foi
diferente. Na Copa do Mundo 98, se enfrentaram na memorável semifinal
entre Brasil e Holanda. O confronto foi vencido nos pênaltis pela equipe
de Zagallo, que acabou perdendo o título da competição para a França na
final.
— Naquele jogo, eu entrei para marcar o Davids, que era o
pé canhoto. Mas o Seedorf era o cérebro daquela equipe, o cara que
fazia rodar a bola. Os dois armavam as jogadas mais perigosas daquele
time — relata Emerson.
A Holanda de 98, aliás, tinha sua base
formada pelo próprio Ajax de 95, que venceu o Grêmio no Mundial. Dos 11
jogadores que entraram em campo contra o Brasil na Copa, seis
enfrentaram a equipe gaúcha três anos antes (ficha abaixo). Outro que
participou das duas partidas foi justamente Emerson: a diferença é que,
na França, Zagallo sacou Leonardo para colocá-lo em campo. Já com
Felipão, pelo Grêmio, no Japão, não saiu do banco.
— A gente
estava jogando contra uma das melhores equipes do mundo naquele momento.
Era muito difícil jogar contra aquele time do Ajax. Mas o Grêmio se
comportou bem e equilibrou o jogo. Foi para os pênaltis e aí não tem
favorito. Pode acontecer de tudo — rememora Emerson.
Em todo o caso, o Botafogo de hoje não é nem um Ajax nem uma Holanda.
Nos países baixos
Seis holandeses (*) que enfrentaram o Brasil na Copa de 98 haviam jogado pelo Ajax contra o Grêmio em 95. Veja os times:
Ajax x Grêmio de 1995
Van der Sar
Reiziger
Blind
Frank de Boer
Bogarde
Ronald de Boer
Davids
Litmanen (Reuser)
Finidi
Kluivert
Overmars (Kanu)
Holanda x Brasil de 1998Van der Sar*
Reiziger* (Winger)
Stam
Frank de Boer*
Jonk (Seedorf)
Ronald de Boer*
Cocu
Zenden (Hooijdonk)
Davids*
Bergkamp
Kluivert*
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