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10 de fev. de 2012

Após lesão, Varejão festeja a boa fase: ‘Perguntava quando aquilo ia acabar’

Os dias pareciam longos demais. Durante 11 meses, Anderson Varejão conviveu com um pensamento recorrente. Semelhante ao que em 2006 o fez sofrer com a possibilidade de não voltar mais a jogar devido a uma grave lesão no ombro. Não estava preparado para passar novamente por um tempo afastado das quadras. Mas fez a cirurgia no tornozelo direito e aproveitou também para cuidar das outras dores com as quais aprendeu a conviver. A "máquina" estava azeitada, só precisava controlar a ansiedade de poder voltar logo a jogar. Fim do locaute da NBA, hora de vestir novamente a camisa do Cleveland Cavaliers. As dúvidas então foram deixadas de lado. As palavras de Larry Nance, ex-jogador da equipe que o apoiou no momento difícil, começavam a fazer sentido. Varejão não lembraria que tinha feito a operação. Pelo contrário. Estava jogando melhor do que antes.
Não demorou para se transformar no quarto melhor reboteiro da liga, com media de 11,8 por partida. Não demorou a fazer duplos-duplos em sequência e a receber elogios de adversários e técnicos, que já o veem como um candidato ao All-Star Game.

Anderson Varejão na partida do Cleveland contra o Dallas (Foto: Getty Images) 
Anderson Varejão encara Dirk Nowitzki na partida contra o Dallas
 
Ele sorri desconcertado e agradece. É grato também pelas pessoas que estiveram ao seu lado durante o período difícil. Interrompe uma resposta e outra para falar delas. A família está no topo da lista. Se ele se sentia como alguém sem emprego, eles não reclamavam. Aproveitavam a sua presença, como nos tempos em que ainda jogava no Saldanha da Gama. A sobrinha o escalou para levá-la ao show de Justin Bieber. Por um tempinho, parte do gramado do Engenhão parou de gritar pelo ídolo adolescente para tirar fotos com aquele homem de 2,11m, que estava fora de seu ambiente habitual. Ele achou graça. E continua com esse espírito desde o retorno. Aos 29 anos, Anderson só pensa em fazer o seu trabalho para poder merecer a convocação de Rubén Magnano. Sonha com Londres e até mesmo com uma medalha olímpica.
- Na virada do ano só pedi que 2012 me desse uma boa temporada, sem lesões. Só pedi coisas boas para o grupo e agradeci por estar de novo aqui - disse.

GLOBOESPORTE.COM: Como foi ficar tanto tempo fora de quadra? O que fez além de fisioterapia neste período?

ANDERSON VAREJÃO:
Não foi fácil, não. Essa lesão me pegou de surpresa e eu sabia que teria que voltar 100%. Tinha que fazer muita fisioterapia no pé, mas também aproveitei para consertar tudo (risos). Todo jogador tem sempre uma dorzinha no cotovelo, no joelho, uma tendinite incomodando e tratei de melhorar meu corpo. Fiz malhação em cima do meu jogo. Fortaleci tornozelos e joelhos, fiz alongamento e um trabalho específico para o ombro. Eliminei tudo neste tempo parado. Se estou uma máquina? Não (risos). Aproveitei também para descansar um pouco, para ficar com a família. Eu me dividi entre Vitória e Rio, onde mora minha namorada, e também onde fiz tratamento, no CT do COB. Só que mais para o final, eu já não aguentava mais, queria jogar. Me perguntava quando aquilo ia acabar.  Parecia que eu não tinha profissão... Era uma situação muito estranha. Estava faltando tudo para mim.

A família também tirou proveito da sua presença no país, principalmente sua sobrinha, que te escalou para levá-la ao show do Justin Bieber.

É (risos). Deixei ela ficar lá na frente, fazendo amiguinhas na hora e eu mais atrás, de olho com amigos meus que também levaram parentes. Foi legal. Teve um pessoal que pediu para tirar foto comigo, mas nada demais.
Anderson Varejão, Cleveland Cavaliers (Foto: AP)Varejão tenta passar por Kobe Bryant
 
Em algum momento temeu que não fosse voltar a jogar da mesma maneira?

Você sempre fica com uma pulguinha atrás da orelha, né? Foi muito tempo sem jogar. Você acaba pensando em tudo, não tem certeza se vai voltar igual. A lesão mais séria que tive na carreira foi a do ombro, em 2006, que sofri na República Dominicana. Corria o risco de eu não jogar mais. Mas você nunca está preparado para passar por outra lesão.

Alguns atletas costumam buscar apoio em histórias de superação de outros. Com você foi assim?

O Larry Nance veio conversar comigo nesse período. Disse que operou duas vezes essa mesma lesão que eu tive no tornozelo e que, quando eu voltasse, não ia nem notar que tinha passado por uma cirurgia. Várias pessoas foram importantes para mim durante esse tempo de recuperação. Anthony Parker foi um deles. Passei um tempo importante treinando com ele em Tampa. Meu amigo Tiago Gordo também. Ele jogou comigo no Saldanha da Gama e me ajudou nessa parte de quadra e física quando estive em Vitória.

Neste retorno você é o quarto reboteiro da liga, vem alcançando duplos-duplos com frequência e tem sido elogiado por adversários e técnicos que dizem querer vê-lo no All-Star Game. Esperava que fosse ser assim?

Ah... (risos). Acho que é uma temporada diferente e o time também é diferente. Na temporada passada eu já tinha melhorado meus números, mas da maneira que jogo às vezes não aparece nas estatísticas. Por algum motivo, por estar mais tempo em quadra, isso pode ter mudado. Mas realmente está sendo especial. Eu não gosto de falar que esta é a melhor fase da minha carreira porque as outras também tiveram importância. Mas é bacana ouvir os elogios, porque acaba sendo uma motivação a mais. Fico feliz e vou tentar melhorar ainda mais. Nosso time está muito focado.

Como foi ver seus companheiros de seleção conquistar a vaga olímpica e você não poder estar lá para ajudar e comemorar?

Eu não estava lá, mas senti tudo o que eles sentiram. Estava em Tampa, treinando com o Anthony Parker. Naquele dia do jogo da vaga, nós estávamos num restaurante e eu pedi que ninguém falasse comigo porque estava assistindo ao jogo no celular e o Brasil estava cada vez mais perto da classificação. Quando acabou, me imaginei lá com eles. Gritei e as pessoas no restaurante acharam que eu era doido (risos).
Anderson Varejão, Basquete Mundial. Brasil X Croácia (Foto: AFP) 
Anderson Varejão em ação no Mundial da Turquia, última vez em que defendeu o Brasil
 
Tirado esse peso dos ombros da equipe, você acha que o Brasil pode chegar longe nos Jogos de Londres?

É uma competição rápida. O mais importante é o time chegar bem e sabendo o que tem que fazer. Acho que podemos conseguir uma medalha, sim. Tudo depende de como o grupo vai estar. Se conseguir um pódio logo na minha primeira Olimpíada, pelo amor de Deus!  Espero muito que aconteça. Este é um ano em que não se pode pensar em lesão. O que tenho que fazer é jogar, não fazer corpo mole porque e aí que você acaba se machucando. Vou trabalhar e espero que dê tudo certo. Um ano olímpico é um momento bom e tem momentos em que paro e penso nos Jogos. Mas é uma ansiedade que tenho que aprender a controlar.  Não posso ficar muito eufórico porque o foco primeiro é aqui na NBA.

Acredita que esse sonho de pódio é possível mesmo se Rubén Magnano não convocar Nenê e Leandrinho?

Essa é uma decisão que cabe ao Magnano e à CBB. É claro que os dois, por estarem jogando em equipes de fora e em outro nível de basquete, seriam importantes. Esse intercâmbio é importante e ajuda a quebrar aquele gelo de quando for jogar contra uma equipe que tem um jogador da NBA. A gente pode ajudar, dizendo o que ele vai fazer. Quando tem jogo, falo com Nenê e Leandrinho, mas nada sobre seleção.

Os EUA divulgaram uma lista de pré-convocados com oito campeões olímpicos e 10 campeões mundiais. Eles entram nas Olimpíadas como favoritos?

Ainda não vi a lista, mas eles chegam como favoritos sempre. Só que a competição é rápida e podem não estar bem num dia. Nós fizemos um bom jogo contra eles no Mundial da Turquia. Alguns técnicos da NBA quando souberam da classificação do Brasil vieram comentar comigo. Acharam legal e perguntaram se eu ia. Vou trabalhar para isso.

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