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2 de jan. de 2012

Kleber em boas mãos: Grêmio tem hábito de recuperar atletas polêmicos

Atacante, de reconhecida capacidade técnica, já se envolveu em confusões dentro e fora de campo. A seu favor, alguns cases de sucesso no Olímpico

 

A contratação de Kleber pode ser uma reconciliação do Grêmio com a sua história. Com casos de sucesso na administração de jogadores da linhagem dos bad boys, o clube fracassou em 2011 ao tentar resgatar Carlos Alberto. O meia repetiu no Olímpico episódios de confusões e deixou o clube depois de apenas quatro meses. Desta vez, no entanto, impera total otimismo em relação ao Gladiador, principal aquisição tricolor para a próxima temporada.
Figuras ligadas a momentos vitoriosos do clube apostam num casamento exitoso entre Kleber e sua nova casa. Jogador-problema, não raro, é sinônimo de vitórias para o Grêmio. Em 2001, na conquista da Copa do Brasil, última taça em nível nacional do clube, Marcelinho Paraíba era o grande expoente técnico e também uma aguda dor de cabeça para técnicos e dirigentes.
Seu temperamento imprevisível chegou ao ápice justamente na semifinal. O jogo estava perto do fim, e o Grêmio, com o resultado na mão. Mas o atacante de cabelos descoloridos pisou num jogador do Coritiba em lance sem perigo, na lateral do campo. Foi expulso e não jogou o primeiro jogo da final. Na partida da volta, destroçou a defesa corintiana em destacada atuação no Morumbi. Presidente do Grêmio na época, José Alberto Guerreiro lembra que a administração do vestiário era complicada e que não foram poucas as conversas ao pé do ouvido e as reprimendas.
- Marcelinho era uma figura espetacular, mas um jogador difícil de lidar também - aponta.
Guerreiro resgata da memória a figura de André Catimba. Segundo o ex-dirigente, o centroavante chegou ao Olímpico na década de 1970 com “cartaz de indiscipinado, de quem não encarava a bronca”. No fim, deu resposta e marcou história ao fazer o gol do título gaúcho no Gre-Nal de 1977. Mas não é preciso ir tão longe. Entre os seus comandados no início da última década estava Danrlei, que costumava se meter em confusões e brigas em campo na mesma proporção em que praticava grandes defesas.

Trabalhei com jogadores rotulados como difíceis, como Edmundo, o goleiro Bruno, Loco Abreu e outros. Não tive problema com nenhum deles" Caio Júnior, técnico do Grêmio
 
Certa vez, Guerreiro notou uma profunda “perturbação” no jogador. Uma conversa bastou para entender a situação. Pontos na carteira de habilitação, de infrações que não tinham sido cometidas por Danrlei, estavam consumindo a cabeça do goleiro. É a hora de o dirigente agir, defende Guerreiro, que afirma a importância do gestor do vestiário estar atento à vida pessoal do jogadores. Se ele está com problemas extra-campo, com certeza eles deverão influenciar no gramado.
Valdir Espinosa, técnico campeão do mundo pelo Grêmio, sustenta a mesma posição. Argumenta que o sucesso de um jogador polêmico num clube passa por uma direção atuante e um comandante de vestiário com pulso firme, mas capaz de falar a linguagem do “boleiro”.
- Tem que ser ‘olho no olho’. Sem meias palavras. Vai cobrar, elogiar e respeitar - aconselha. - Não pode impor no dia a dia, mas também tem que deixar claro que a coisa começa de cima. Tem muito dirigente entregando clube a jogadores.
Catimba e Marcelinho Paraíba (Foto: Divulgação)Catimba e Marcelinho Paraíba: alguns exemplos de "polêmicos" protagonistas em campo
Apesar do tom enérgico, Espinosa também é capaz de “aliviar” o jogador diferenciado. Alega que é preciso fazer o grupo entender e “aceitar a individualidade”, que determinado atleta pode desequilibrar. É possível, em pequenas doses, permitir algumas “bobagenzinhas” do craque.
- Dá para fazer isso quando se sabe que ele poderá nos responder em dobro no campo - defende.
A versão oficial do clube também sinaliza para o equilíbrio. Paulo Odone não externa preocupação com a faceta complicada de Kleber.
- A questão é dosar o Kleber - ensina.
Seguir os conselhos de Espinosa parece um bom caminho. Afinal, ele fala com autoridade de quem estampa no currículo a convivência com atletas de personalidade. Só de passagem, é capaz de citar Edmundo, Paulo Cesar Caju, Mário Sérgio e Renato Gaúcho.
Renato Gaúcho comemora gol do Grêmio sobre o Hamburgo em 1983 (Foto: Site Oficial do Grêmio) 
Renato Gaúcho comemora gol do Grêmio sobre o Hamburgo em 1983
E vem deste último, o maior ídolo da história do Grêmio, um episódio que faz Espinosa rasgar elogios a Fábio Koff, presidente do clube nas duas conquistas da Libertadores e atual mandatário do Clube dos 13.
Era novembro, o Mundial de 1983 estava chegando. Eis que Renato, ainda sem o Gaúcho, mas já craque do time, rompe o pátio do Olímpico cantando pneu. Ganha mais uma multa, a terceira em sequência. Renato foi com Espinosa à sala de Koff e pediu que o livrasse desta vez do prejuízo. Koff foi irredutível. Renato, então disparou:
- Vou voltar a ser padeiro em Bento (Gonçalves, cidade na serra gaúcha).
- Pode ir - devolveu o dirigente.
Renato se desarmou. Ficou sem jeito. No alto de seus 1m87cm, diminuiu. Koff, então, tomou as rédeas da tensa negociação. Propos que, se Renato ganhasse o jogo contra Hamburgo em Tóquio, ele anularia a multa.
O final todos já conhecem. Agora, Kleber nem precisa fazer tanto. Se repetir Marcelinho Paraíba e erguer a Copa do Brasil, já será mais do que suficiente para os gremistas.

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Leonardo Müller. Imagens de tema por Kativ. Tecnologia do Blogger.